O despertador toca, são 7:40. Tateio sobre a cama a procura do celular, e desligo o despertador. Em algumas horas estaria vendo seus olhos verdes de novo. Checo as mensagens, os e-mails, as notificações. Já se passaram dez minutos e ainda não tinha levantado da cama. Eu não queria sair da minha cama, mas a vontade de vê-lo era maior que eu. Eu sabia que eu estava começando a me apaixonar quando seus olhos fitaram os meus e meu coração acelerou, e então eu ansiava em sentir essa sensação todos os dias, e esse era o maior motivo de eu sair da cama todos os dias. E assim começava a minha rotina matinal.
9:00 horas, hora de ir. Pego o primeiro ônibus até o metrô, já começo a sentir a ansiedade do encontro, as vezes acho até que não consigo controlar a minha indiferença e deixo transparecer meus sentimentos. Porta 2 do primeiro vagão, encontro meu amigo que sobe em uma estação antes que eu. "Eae!" "Hello" , sento ao lado dele, as portas do metrô se fecham, e ele segue para a próxima estação. Há uma cadeira vazia a minha frente, e eu sabia que ele iria sentar ali. Eu já podia sentir o meu coração acelerar. O metrô para em outra estação, eu fito a segunda porta do metrô. Eu não o vejo, a moça que sentava ao meu lado se levantou e saiu, e nada dele. E então, alguém desliza sobre a cadeira e senta ao meu lado. As portas do metrô fecham. Viro meu rosto e nossos olhos se encontram. Aqueles olhos verdes, que eu nunca sei se são só verdes. Nós não costumamos nos abraçar, ou coisa do tipo, mas a minha maior vontade foi essa. Controlei minha indiferença, ou pelo menos tentei. Nossos olhos se encontraram por mais de 30 segundos, e já pode começar a sentir aquele ardor nas bochechas, já sabia que elas estavam vermelhas. Ele poderia não ser o cara mais bonito que eu tenha conhecido, mas eu sempre me perdia na nebulosa dos seus olhos. Os 30 segundos se passaram lentamente, até que ele se aproximou de mim lentamente, nossos narizes se tocaram até que nossas bocas se encontrassem, mas foi ai que eu levei um peteleco na testa. Despertei do meu pequeno devaneio, ele fez piada de mim, eu resmunguei. E era assim toda manhã, nos dois parecíamos duas crianças, acho que tudo conspirava para a gente não dar certo, mas eu não pude evitar te me apaixonar pela aquele olhar e que apesar do seu jeito marrento eu me apaixonei. Só não sei se tenho coragem de lhe dizer.